As gerações X e Y têm risco maior de desenvolver 17 tipos de câncer em relação à outras faixas etárias; revela novo estudo
Fatores de estilo de vida, como obesidade e consumo de álcool, parecem contribuir para essa tendência

Mulher com câncer (Foto: Freepik)

Matéria produzida e publicada em primeira mão pelo O Globo. Para ler no veículo, acesse o Link.

Pode parecer contraditório, mas as gerações mais novas correm um risco maior de desenvolver 17 tipos de câncer, incluindo alguns dos mais mortais, como câncer de cólon, pâncreas e fígado, em comparação com suas antecessoras. A conclusão é de um estudo publicado recentemente na revista científica The Lancet Public Health.

Pesquisadores da American Cancer Society analisaram dados de mais de 23 milhões de pacientes diagnosticados com 34 formas de câncer em um período de 20 anos. Os pacientes tinham entre 25 e 84 anos e foram divididos em coortes com base nos anos de nascimento, de 1920 a 1990.

Os resultados mostraram que as gerações X e Y (ou Millennial) tinham até três vezes mais probabilidade de desenvolver diversas formas de câncer do que os Boomers, geração que nasceu após a Segunda Guerra. Estes incluíram formas como o câncer colorretal, que tem aumentado rapidamente em adultos com menos de 50 anos.

E à medida que as taxas de câncer diminuíam entre as pessoas mais velhas, a incidência em pacientes mais jovens aumentou para nove tipos de tumor, incluindo câncer de mama, do útero, colorretal, dos ovários e dos testículos.

A descoberta está em linha com outros dados nacionais que alertam para o aumento do câncer entre os adultos mais jovens. Embora parte dessa tendência possa ser devido ao aumento dos testes e à melhoria da detecção da doença, o novo estudo mostra que fatores de estilo de vida, como a obesidade e o consumo de álcool, podem ser parcialmente culpados.

Os investigadores afirmaram que entre os adultos com idades entre os 25 e os 49 anos, “os aumentos mais rápidos nas taxas de incidência” foram observados nos tumores de pâncreas, intestino delgado, rins e pélvis, todos ligados à obesidade e ao álcool.

As taxas de mortalidade também aumentaram entre pacientes mais jovens por câncer de fígado, útero, vesícula biliar, testículo e colorretal.

A ascensão entre as novas gerações ameaça reverter décadas de progresso no combate à doença. Espera-se que os diagnósticos quase dupliquem entre 2020 e 2050 e há sinais de que as taxas de mortalidade estão a começar a estagnar.

Os especialistas também afirmam que o fardo crescente do cancro irá impedi-los de contribuir para a economia dos EUA, causando um desemprego mais elevado e um crescimento mais lento, além de fazer disparar os custos dos cuidados de saúde. Isso poderia desencadear um ciclo vicioso em que a saúde precária causa dificuldades económicas, contribuindo para uma saúde ainda pior devido à falta de acesso ao tratamento.

“O aumento nas taxas de câncer entre este grupo mais jovem de pessoas indica mudanças geracionais no risco de câncer e muitas vezes serve como um indicador precoce da futura carga de câncer no país”, diz Ahmedin Jemal, autor sênior do estudo e vice-presidente sênior de vigilância e ciência de equidade em saúde da American Cancer Society, em comunicado.

“Sem intervenções eficazes a nível da população, e como o risco elevado nas gerações mais jovens se prolonga à medida que os indivíduos envelhecem, poderá ocorrer um aumento global no fardo do câncer no futuro, interrompendo ou revertendo décadas de progresso contra a doença. Os dados destacam a necessidade crítica de identificar e abordar os fatores de risco subjacentes nas populações da Geração X e da geração Millennial para informar as estratégias de prevenção”, acrescenta.

Hemorio faz campanha para doações de sangue durante a Olimpíada
Instituto tem a meta de fechar 2024 com 90 mil bolsas coletadas

(Foto: Nayana Magalhães/Gov. Amapá)

Da Agência Brasil

O Instituto Estadual de Hematologia Arthur de Siqueira Cavalcanti (Hemorio) lançou nesta segunda-feira (29) a campanha especial Influ do Bem, inspirada nas Olimpíadas de Paris. O objetivo é aumentar o número de doadores diários na unidade, durante o período dos Jogos. A iniciativa se estenderá até o dia 4 de agosto próximo. Atualmente a média é de 279 doadores no salão do doador.

O diretor do Hemorio, Luiz Amorim, disse à Agência Brasil que a expectativa de adesão é positiva. “Temos certeza que sim, que virá muita gente. As pessoas gostam da brincadeira, de Jogos Olímpicos, e vão gostar também de participar dessa campanha”.

Os doadores voluntários devem montar equipes para concorrer a medalhas de honra ao mérito de ouro, prata e bronze, que serão concedidas para as três melhores classificadas. As equipes, porém, não podem ter nome de marcas, instituição pública ou privada, instituição religiosa, grupos políticos ou times de futebol. Apenas nomes lúdicos serão permitidos. “Qualquer pessoa pode montar uma equipe, que deverá ter qualquer nome criativo”. A equipe que trouxer mais doadores em uma semana vai ser homenageado por um atleta olímpico de alta popularidade, com um vídeo nominal no perfil do Hemorio. “A gente espera, com isso, fazer uma brincadeira com a Olimpíada. As pessoas podem entrar na brincadeira e ajudar a salvar vidas”.

Além das medalhas para os vencedores, cada voluntário que doar durante a campanha receberá uma Carteirinha do Doador impressa e estilizada com o tema das Olimpíadas, produzida pelo Hemorio, destacou o diretor. “Só para lembrar que a gente está também torcendo pelo Brasil”. A disputa entre os times será alimentada no perfil da unidade no Instagram, ao longo da campanha.

Endoscopia
Coluna assinada por Claudio Rufino Gomes Júnior, coordenador do serviço de endoscopia do Hospital e Maternidade Ribeirão Pires - Rede D'Or

(Imagem: Freepik)

Publicado no jornal Diário do Grande ABC.

O que é endoscopia?

A endoscopia digestiva alta é o exame do trato digestivo alto, onde o esôfago, estômago e parte do duodeno são visualizados diretamente, através de um aparelho chamado videoendoscópio, que possibilita também fotografar e filmar as partes examinadas.

Para que serve a endoscopia?

Podemos dividir os exames endoscópicos em diagnósticos e terapêuticos. A investigação de diferentes sinais e sintomas apresentados pelo paciente, por meio do exame direto da mucosa, é função da parte diagnóstica. A endoscopia terapêutica permite tratar endoscopicamente algumas doenças, como retirada de tumores e dilatação de segmentos que apresentam diminuição do seu calibre. Também atua em casos urgentes, permitindo a remoção de corpo estranho, que ocorre muito em crianças, e no tratamento de sangramentos digestivos. Essa parte terapêutica tem crescido bastante, substituindo inclusive alguns procedimentos cirúrgicos, como no caso da gastrostomia (colocação de sonda para alimentação) e também no auxílio da perda de peso, com a implantação de balões intragástricos e a realização de gastroplastia endoscópica (redução do estômago).

Como é o preparo da endoscopia?

O preparo é simples, consistindo no jejum absoluto de cerca de oito horas. Entretanto, vale lembrar que os pacientes que utilizam alguns medicamentos para controle da diabetes e do peso, como a semaglutida e liraglutida, possuem um esvaziamento gástrico mais lento. Neste caso, há a necessidade de jejum maior, sendo esta condição comunicada na marcação do exame.

Quais as principais doenças que podem ser de-tectadas com o exame?

Inflamações como esofagite, gastrite e úlceras. A evolução dos aparelhos permite também o diagnóstico de tumores nos seus estágios iniciais, possibilitando a retirada destas lesões antes da fase avançada.

A endoscopia é segura? Existem contraindicações?

Sim, é um exame seguro. Porém, devemos lembrar que, na grande maioria das vezes, o exame é realizado com sedativo endovenoso. Portanto, sempre temos que verificar antecipadamente se o paciente possui condições clínicas para receber a sedação para que não ocorram eventuais complicações. As contraindicações são poucas nos exames diagnósticos de rotina. Pacientes com alterações cardiopulmonares importantes, por exemplo, devem possuir liberação do seu médico.

Quais são os diferenciais do Hospital e Maternidade Ribeirão Pires para a realização do exame?

Possuímos um setor de endoscopia amplo, com profissionais experientes e capacitados, onde todos os exames são realizados com o acompanhamento de médico anestesiologista. Desta maneira, há a diminuição de riscos eventuais, permitindo assim a realização de exames e procedimentos diversos que não podem ser efetuados em clínicas ou hospitais de menor estrutura.
Além disso, contamos com vários aparelhos no setor, seguindo os principais protocolos para desinfecção.

Tecnologia utilizada no Hospital DF Star é alternativa para tratamento de Neuralgia do Trigêmeo
Hospital foi pioneiro na América Latina a utilizar o Gamma Knife Icon, aparelho de radiocirurgia dedicado a tratamento de lesões no sistema nervoso central

Hospital DF Star o primeiro da América Latina a utilizar o Gamma Knife Icon. (Foto: Divulgação)

Da Redação

Conhecida por ser a doença que desenvolve “a pior dor do mundo”, a Neuralgia do Trigêmeo é uma patologia relacionada a uma dor intensa na face, ocasionada por disfunção do nervo trigêmeo (nervo sensitivo da face). A forma clássica da doença causa dor extrema e repentina, semelhante a um choque com duração de alguns segundos, podendo chegar a minutos.

O tratamento inicial para a enfermidade é realizado por meio de medicamentos, especialmente anticonvulsivantes. “Caso haja resistência da doença à terapia medicamentosa ou intolerância aos remédios, procedimentos como a radiocirurgia por Gamma Knife pode ser indicada”, explica o radio-oncologista da Oncologia D’Or, Allisson Borges. O Gamma Knife Icon é um aparelho de radiocirurgia estereotáxica, que dispensa a necessidade do uso de bisturi e incisão. Para realizar o procedimento da radiocirurgia, o equipamento utiliza 192 fontes de cobalto que emitem radiação com uma alta precisão, para tratamento tanto de tumores, malignos e benignos, quanto distúrbios vasculares e funcionais no cérebro, com uma dose baixa nos tecidos sadios adjacentes.

No caso do uso para tratamento de Neuralgia do Trigêmeo, o procedimento é realizado por uma equipe multidisciplinar formada por radioterapeuta, neurocirurgião, físico médico e enfermagem. “O objetivo é aplicar uma alta dose de radiação em uma porção do nervo acometido, gerando uma ablação do nervo e, com isso, a redução da chegada do estímulo doloroso ao sistema nervoso central. Como a dose é muito alta, cerca de quatro vezes maior do que a dose de radiação usada para tratamento de um tumor cerebral, a precisão do equipamento precisa ser submilimétrica e a equipe precisa ter uma expertise para garantir a correta entrega da dose de radiação no alvo”, explica Allisson Borges.

A primeira Radiocirurgia Funcional do Centro-Oeste para tratamento de Neuralgia do Trigêmeo foi realizada no ano de 2019, no Hospital DF Star, em Brasília. Por não ser invasivo, a paciente fez o tratamento e no mesmo dia foi liberada para voltar para casa.