Telemedicina permite o acompanhamento médico a pacientes neurológicos na pandemia
Modalidade está provocando mudanças de paradigmas na medicina

A NeuroSapiens realiza até a programação de marca-passos cerebrais por telemedicina

 

Da Redação

Pacientes com doenças neurológicas crônicas que necessitam de acompanhamento ao longo de toda vida, bem como pacientes necessitando simplesmente de aconselhamento podem muito bem ser avaliados através da Telemedicina. Colheita de história clínica, pedidos de exames e receitas iniciais podem ser efetuadas por vídeo conferência. Hoje, com o simples uso do WhatsAPP vídeo ou qualquer outro software de conferência “on line” a comunicação é efetiva, permitindo uma excelente consulta inicial para planejamento de tratamento cirúrgico ou radiocirúrgico.

Até a programação de marca-passos cerebrais pode ser feita de maneira remota por Telemedicina. Esse atendimento de programação à distância já é oferecido pela NeuroSapiens. A mudança de paradigma em medicina via Telemedicina está sendo abraçada por líderes dos cuidados médicos mundialmente.

A Telemedicina é uma opção de oferecer cuidados médicos e economizar custos aos pacientes. No final de abril, essa modalidade foi  regulamentada pelo Ministério da Saúde, em caráter de emergência e para funcionar apenas enquanto houver recomendação de isolamento social. Os serviços, porém, não se restringem aos ligados à Covid-19, mas abrangem todas as especialidades médicas, que vão desde uma orientação pediátrica até uma consulta com um cirurgião plástico.

Queda na procura por vacinação preocupa o Ministério da Saúde
Brasil possui o maior programa público de imunização do mundo

Da Agência Brasil

A redução na procura pelas vacinas disponíveis no Sistema Único de Saúde (SUS), neste período de pandemia do novo coronavírus (covid-19), já é percebida pelo Ministério da Saúde e começa a preocupar a pasta, segundo Ana Goretti, coordenadora do Programa Nacional de Imunizações (PNI) do ministério.

Ela explicou que o distanciamento social e a situação da pandemia no Brasil são fatores que têm gerado impacto na queda da cobertura vacinal. “Muitas famílias ficam com receio de ir aos postos de saúde, mas temos orientado todas as equipes de saúde do país quanto às medidas de segurança para evitar infecções”, disse a coordenadora ao participar, nessa terça-feira (9), da conferência online Webinar, organizada pelo jornal O Estado de São Paulo.

De acordo com Ana Goretti, o atual momento de pandemia não pode gerar impacto na queda da cobertura vacinal. Ela lembrou que o Brasil possui hoje o maior programa público de imunização do mundo, que distribui mais de 300 milhões de doses de imunobiológicos anualmente.

O PNI conta com 37 mil postos públicos de vacinação de rotina em todo o país, sendo que em campanhas realizadas anualmente este número chega até 50 mil postos e 51 Centros de Referência para Imunobiológicos Especiais (CRIEs).

“Hoje nós temos um esquema vacinal complexo por ser extremamente completo no combate às doenças mais prevalentes aos brasileiros e que começa a atender nossa população desde o nascimento. Nesse sentido, nós concentramos a oferta de muitas vacinas em um curto espaço de tempo, ainda na infância, para facilitar a imunização da maior parte das pessoas ao mesmo tempo, otimizando também o tempo dos pais ao levarem as crianças aos postos de vacina”, disse Ana Goretti.

Ministro do STF manda governo divulgar dados totais de covid-19
Moraes classificou a pandemia de “ameaça real e gravíssima”

Da Agência Brasil

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou que o governo federal divulgue na íntegra os dados relativos ao contágio e às mortes pelo novo coronavírus (covid-19), nos moldes de como vinha sendo realizado pelo Ministério da Saúde até o dia 4 de junho.

O magistrado atendeu a um pedido de liminar (decisão provisória) feito pelos partidos Rede Sustentabilidade, PCdoB e Psol em uma ação de descumprimento de preceito fundamental (ADPF). Na decisão, Moraes classificou a pandemia de “ameaça real e gravíssima” e destacou que há mais de 36 mil mortes no Brasil em decorrência do novo coronavírus.

O ministro afirmou que as consequências para a população podem ser desastrosas “caso não sejam adotadas medidas de efetividade internacionalmente reconhecidas, dentre elas, a coleta, análise, armazenamento e divulgação de relevantes dados epidemiológicos necessários, tanto ao planejamento do poder público para tomada de decisões e encaminhamento de políticas públicas, quanto do pleno acesso da população para efetivo conhecimento da situação vivenciada no país”.

Pela decisão, o Ministério da Saúde fica obrigado a divulgar e manter uma divulgação diária e integral dos dados epidemiológicos relativos à pandemia, incluindo o número acumulado de contaminados e mortos.

Para Moraes, isso é necessário para que sejam cumpridos “os princípios constitucionais da publicidade e transparência e do dever constitucional de executar as ações de vigilância sanitária e epidemiológica em defesa da vida e da saúde”.

Entenda o caso

Na noite de domingo (7), o Ministério da Saúde anunciou uma mudança no formato de divulgação dos dados relativos à pandemia. Pela nova metodologia, por exemplo, em vez de divulgar o número de mortes acumuladas na data de notificação, passa a ser divulgado com maior destaque somente o número de mortes que efetivamente ocorreram naquele dia.

A explicação dada pelo governo foi de que a divulgação do acúmulo de casos, como vinha sendo feito, dificulta a verificação das mudanças dos cenários regionais, estaduais e municipais.

“O uso da data de ocorrência (e não da data de registro) auxiliará a se ter um panorama mais realista do que ocorre em nível nacional e favorecerá a predição, criando condições para a adoção de medidas mais adequadas para o enfrentamento da covid-19, nos âmbitos regional e nacional”, disse o ministério em comunicado divulgado na noite de domingo (7).

Ontem (8), o governo fez outro anúncio sobre a criação de uma nova plataforma interativa com os dados, que deve ser lançada nesta semana. Segundo o secretário-executivo do Ministério da Saúde, Élcio Franco, as secretarias estaduais enviarão as informações até as 16h e os dados totais nacionais serão divulgados até as 18h30.

Em entrevista coletiva, o diretor do Departamento de Análise em Saúde e Vigilância de Doenças Não Transmissíveis, Eduardo Macário, disse que as mortes por covid-19 confirmadas com dias de atraso continuarão a ser contabilizadas, mas que o dia de ocorrência será considerado e isso impactará a curva epidemiológica de evolução da pandemia. “O total continua o total”, afirmou.

MPF

O Ministério Público Federal (MPF)instaurou, no sábado (6), procedimento extrajudicial para apurar porque o Ministério da Saúde mudou a forma de divulgação dos dados do novo coronavírus no Brasil. O MPF pedirá ao ministério a cópia do ato administrativo que determinou a retirada do número acumulado de mortes do painel, bem como do inteiro teor do procedimento administrativo que resultou na adoção da medida.

Último balanço

De acordo com o último balanço divulgado pelo governo federal na noite de ontem (8), o Brasil registrou na  segunda-feira 15.654 novos casos de covid-19 e 679 novas mortes.

Com isso, os totais subiram para 707.412 casos confirmados da doença e 37.134 mortes.

Divulgação paralela

Em meio a essas mudanças, o Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) disponibilizou ontem(7), em seu site, um painel próprio com dados atualizados sobre o número de casos da covid-19 no país. A atualização feita ontem mostra 679 novas mortes e 15.564 novos casos de covid-19 nas últimas 24 horas.

De acordo com a entidade, a iniciativa está pautada “pelo mais alto interesse público”, com vista à “defesa da saúde e da vida” dos brasileiros.

As informações da nova ferramenta serão fornecidas pelos estados e estarão disponíveis diariamente até as 18h. O conselho reúne os secretários de saúde das 27 unidades da federação.

FBH, CNSaúde e ABRAMED alertam que decisão da ANS pode provocar o fechamento de hospitais
Agência decidiu prorrogar prazos para realização de cirurgias, consultas e exames

O presidente da FBH alerta que fechamento dos hospitais privados vai afetar o SUS

 

Da Redação

A Federação Brasileira de Hospitais (FBH), a Confederação Nacional de Saúde (CNSaúde) e a Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica (ABRAMED) encaminharam, em conjunto, um abaixo assinado à Agência Nacional de Saúde (ANS) solicitando que os atendimentos de consultas, exames, terapias e cirurgias eletivas voltem a ser realizados nos seus prazos normais. No último dia primeiro, em reunião extraordinária, a ANS decidiu por manter a prorrogação dos prazos para a realização dos atendimentos.

No dia 25 de março, a Agência havia decidido prorrogar, em caráter excepcional, os prazos máximos de atendimento a serem observados pelas operadoras de saúde para a realização de consultas, exames, terapias e cirurgias que não fossem urgentes. Naquela data, a ANS justificou a medida como sendo uma forma de priorizar o atendimento aos beneficiários que apresentassem sintomas graves da Covid-19,

No entanto, as três entidades alertam que a decisão da ANS contribuiu para o cancelamento e adiamento de procedimentos médicos, que resultaram na queda de demanda e, por consequência, perda de receitas de hospitais, clínicas e laboratórios. Este cenário afeta diretamente a sustentabilidade de muitos estabelecimentos de pequeno e médio porte, além de colocar em risco a saúde das pessoas, devido à paralisação de tratamentos de acompanhamentos médicos.

Em decorrência destes fatores, vários hospitais, clínicas e laboratórios não têm conseguido manter o equilíbrio econômico de suas finanças, principalmente aqueles que prestam serviços às operadoras de planos de saúde, e estão no limite para manter suas atividades. Há pequenos e médios hospitais, por exemplo, que disponibilizam mais de 60% dos seus serviços às operadoras. As entidades ainda observam que o cenário vai reverberar também no índice de desemprego, justamente em um momento em que o setor empresarial se esforça para manter as vagas de trabalho.

É uma crise que também afeta o sistema público de saúde. Hoje, os hospitais filiados à FBH respondem por 62% dos atendimentos no SUS. O presidente da FBH, Aldevânio Francisco Morato, explica que, no interior, não são raros os hospitais privados que também são a referência de atendimento, inclusive para pacientes do SUS. “O fechamento desses hospitais vai provocar uma sangria no sistema de saúde, que já sofre cronicamente com a falta de leitos. E isso pode acontecer no pior momento possível para o país”, alerta.