Novo estudo identifica preditores de disfunção cerebral em pacientes de UTI
Pesquisa analisou dados de mais de 600 pacientes para identificar fenótipos de pacientes com delirium e disfunção cerebral aguda.

A disfunção cerebral aguda (DCA) é uma das disfunções orgânicas mais comuns em pacientes internados nas unidades de terapia intensiva (UTI). Suas manifestações mais graves, a exemplo do delirium, implicam em múltiplos efeitos adversos, desde o aumento da morbimortalidade, como do tempo de internação e dos custos para o sistema de saúde. Considerando que no presente momento não há uma intervenção que possa curar efetivamente a DCA, um novo estudo buscou identificar previamente a chance de pacientes de UTI desenvolverem o delirium por tempo prolongado (maior que 48 horas), podendo assim identificar os pacientes mais graves e propensos a receber intervenções que possam evitar o desenvolvimento do quadro.

Para identificar padrões que pudessem guiar esta predição, os médicos estudaram dados clínicos e biológicos de 629 pacientes submetidos à ventilação mecânica em UTIs. “Partimos da premissa inicial de que a duração ou a carga de delirium, e não simplesmente a presença, poderiam influenciar o desfecho desses pacientes. Como os grupos eram muito heterogêneos entre si, utilizamos novos modelos estatísticos que permitiram avaliar a predição e a duração do delirium através de características individuais dos pacientes. Depois, nós os dividimos em grupos mais homogêneos e com isso pudemos identificar características clínicas e biológicas, que ajudaram na fenotipagem de cada grupo”, afirma o Dr. Vicente Cés de Souza-Dantas, médico do Centro de Terapia Intensiva do Hospital Copa Star e principal autor do estudo.

Segundo o médico, a divisão em fenótipos foi possível devido à aplicação de um modelo de 4 variáveis, que analisou nos pacientes o escore de gravidade da doença aguda na UTI (SAPS II), a internação por patologias clínicas, o diagnóstico de sepse (inflamação grave e generalizada causada por uma infecção concomitante) e a PCR sérica basal. Esta última consiste na proteína C-reativa (PCR), cuja dosagem foi diretamente associada a uma maior duração da DCA nos pacientes internados. Ainda foi identificado um subfenótipo de pacientes que, mesmo em uso da ventilação mecânica e sendo considerados de alto risco para o desenvolvimento da DCA, não desenvolveram delirium em nenhum momento do estudo, evitando com isso o uso desnecessário de intervenções pra o tratamento da DCA.

Com a aplicação do método, o estudo conseguiu dividir os mais de 600 pacientes em 3 subfenótipos, cada um com características e desfechos clínicos diferentes e segmentados principalmente pela duração da DCA. “Acreditamos que a classificação desses pacientes em subfenótipos bem definidos possa auxiliar tanto na prática clínica diária como nos critérios de seleção para futuros ensaios de intervenção farmacológica”, afirma o autor.

O Dr. Vicente Cés de Souza-Dantas também é pesquisador colaborador da Pós-Graduação em Terapia Intensiva do IDOR e médico da UFRJ e associado à AMIB, ao ILAS e a BRICNET. Ele ressalta que estudos como este são essenciais, já que não dispomos de tratamentos efetivos para a disfunção cerebral aguda e é necessário dar a devida atenção ao desenvolvimento de estratégias preventivas, pois estas podem gerar potenciais diferenças na qualidade de vida e na própria longevidade dos pacientes agudamente enfermos.

Pequenas ações que fazem a diferença
Solidário ao pequeno paciente oncológico, funcionário do Hospital Unimed Volta Redonda raspa a cabeça

Guilherme ao lado do pequeno Vicente

Em meio ao medo que o mundo vive com as incertezas provocadas pela pandemia do coronavírus, pequenas ações trazem esperança e conforto para o próximo. Foi o que se viu no Hospital Unimed Volta Redonda. Recepcionista da unidade, Guilherme Santos vinha acompanhando a batalha do pequeno Vicente Carneiro, de 7 anos, que é paciente hematológico e há meses faz quimioterapia. Com o tratamento, veio a queda de cabelo e o menino optou por cortá-lo. Solidário à tristeza da criança, Guilherme cortou o próprio cabelo, mostrando assim todo o carinho por ele. Vicente registrou a sua felicidade com uma foto ao lado de Guilherme.

“Eu estava deixando meu cabelo crescer, mas, nesse meio tempo, o cabelo dele caiu. Eu senti que, raspando a cabeça, iria ajudá-lo quando ele estivesse chegando aqui para o tratamento”, conta Guilherme.

A iniciativa do Guilherme é reflexo do compromisso da Unimed Volta Redonda em viabilizar momentos como esse, que colaboram com uma melhor experiência do paciente. Isso é o Jeito Unimed de Cuidar (JUC), cultura organizacional que orienta as relações com colaborador, médico cooperado, cliente e fornecedor. O JUC tem como base os pilares Gentileza, Respeito e Competência.

Qual é o som do coronavírus que circula no Brasil?
Pesquisadores do IDOR e da UFRJ transformaram trechos do material genético do vírus em notas musicais

Três cientistas da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e do Instituto D’Or de Pesquisa e Ensino (IDOR), José Alexandre Salerno, Luiz Guilherme Hendrischky e Stevens Rehen, “musicalizaram” um pequeno trecho do genoma do novo coronavírus (SARS-CoV-2), sequenciado por colegas brasileiros em fevereiro deste ano.
Pensando numa maneira diferente de lembrar sobre a necessidade do isolamento contra a pandemia, os pesquisadores misturaram arte e conhecimento, conferindo agora um som ao Sars-CoV-2.

A ordenação das notas musicais foi criada utilizando o DNA Sonification, software que permite que sequenciamentos genéticos sejam transformados em partituras e interpretados por diversos instrumentos.
A melodia utilizou como base a proteína S, glicoproteína presente na superfície do vírus e por onde ele se liga às células humanas. A ideia foi inspirada na iniciativa do Instituto de Tecnologia de Massachusetts, que já havia criado uma interpretação musical “americana” para o SARS-CoV-2.

O pesquisador José Salerno explica a ciência por trás da partitura: “Com uma ordem de leitura que imita o processo biológico da expressão da proteína S, cada códon – trio de bases nitrogenadas do RNA viral – foi transformado em uma única nota para o som do piano”.

Luiz Hendrischky informa que o processo foi repetido em outros dois esquemas de leitura, que transformaram a sequência desta vez em notas de guitarra e percussão.  No fim, as três melodias sobrepostas formaram a música. Acesse o link (https://www.rededorsaoluiz.com.br/instituto/idor/novidades/qual-a-melodia-do-novo-coronavirus) e confira a música .

Mulher centenária é curada do coronavírus
Paciente ficou oito dias internada no Norte D’Or

 

Da Redação

Nair Torres Santos é mais uma pessoa a fazer parte da estatística que aumenta as esperanças no meio dessa pandemia. Depois de oito dias internadas no Norte D’Or devido ao coronavírus Covid-19, ela recebeu alta e pode ir com sua família para casa. Com 101 anos, Nair tem história para contar. Nascida em 1918, justamente o ano em que a gripe espanhola começou a assolar o mundo, ela é uma testemunha viva de acontecimentos que atravessaram dois séculos. E agora pode dizer também que venceu o coronavírus. Nair deu entrada no último dia 21, ficou internada na UTI até o dia 26. A melhora gradual a levou para o quarto no dia 27, até receber a alta na tarde desta quarta-feira.

O diretor do hospital, Ricardo Calado, destaca que o caso dela motiva ainda mais toda a equipe a continuar se dedicando no combate a essa doença. “É mais de um século de memórias que ela traz consigo. E poder vê-la retornar para casa, sabendo que vai compartilhar mais momentos com seus familiares, nos traz uma alegria indescritível”, afirma Ricardo.