Diagnóstico expresso no combate ao câncer de mama
Chance de cura da doença chega a 95% em casos diagnosticados em fases iniciais

No combate ao câncer, o tempo é um fator fundamental. O câncer de mama, quando diagnosticado precocemente, pode alcançar até 95% de chance de cura. Para acelerar o processo de diagnóstico e facilitar o início de tratamento, o Hospital Quinta D’Or implementou o serviço de Diagnóstico Expresso para Diagnóstico do Câncer de Mama.

O serviço funciona dentro do Centro de Mama do hospital e permite fazer o diagnóstico completo, incluindo realização de biópsia, em 24 horas. “Nosso centro reúne o que há de mais moderno em prevenção por imagem da mama e, com essa abordagem, o diagnóstico acontece no menor tempo possível, com o suporte de uma equipe multidisciplinar, que conta com especialistas em imagem e patologia mamária”, destaca Marcus Vinicius, diretor do Quinta D’Or.

A linha do tempo do diagnóstico do câncer de mama, que começa com um nódulo palpável ou um achado de mamografia e vai até o diagnóstico definitivo da doença, pode levar algumas semanas. “Sabemos que a espera pelo agendamento dos exames é angustiante para quem deseja saber o real estado de sua saúde. O diagnóstico rápido, além de permitir o início mais rápido do tratamento, também reduz a ansiedade da paciente, o que impacta diretamente em sua qualidade vida”, observa Marcus Vinicius Santos.

O oncologista Jacques Bines alerta que as mulheres precisam ver a tecnologia como uma aliada na detecção do câncer de mama. Ele se preocupa pelo fato de que ainda há mulheres que confiam que o autoexame para o rastreamento do câncer. Quando se detecta um “caroço” com o toque, isso significa que a doença pode já não se encontrar em fase inicial. O autoexame pode levar à falsa sensação de segurança. “A mamografia é o exame mais indicado para detectar precocemente a presença de alterações nas mamas”, afirma Bines. Ele ainda explica que apenas com a realização de uma biópsia há a certeza de que a lesão é maligna ou não.

A idade ideal para início para rastreamento (quando se busca o diagnóstico de mulheres assintomáticas) é motivo de controvérsia. Segundo a Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM), a orientação é para que as mulheres, a partir dos 40 anos, realizem anualmente o exame (as orientações podem ser diferentes quando há história familiar da doença). Outras instituições, como o Instituto Nacional do Câncer. falam em início aos 50 anos. Mas todos concordam que é fundamental realizar o rastreamento de mulheres independentemente de qualquer sintoma.

Também é preciso estar atento aos hábitos que auxiliam na prevenção da doença. Alimentação saudável, atividade física regular e controle do peso corporal podem cooperar para evitar até 30% dos casos de câncer de mama. “Consumo excessivo de álcool, uso de contraceptivos orais, excesso de peso, principalmente na pós-menopausa, e terapia de reposição hormonal podem aumentar o risco de câncer de mama”, explica o oncologista.

 

Congresso Internacional de Oncologia reunirá mais de 5 mil pessoas no Rio

Paulo Hoff, um dos principais nomes da oncologia no mundo
Paulo Hoff, um dos principais nomes da oncologia no mundo

Mais de 5 mil pessoas, entre médicos, profissionais de saúde e estudantes, são aguardadas na 6ª edição do Congresso Internacional Oncologia D’Or, que acontece nos dias 9 e 10 de novembro, no Centro de Convenções do Windsor Oceânico, na Barra da Tijuca.  Ao todo, serão mais de 300 palestrantes, incluindo 10 convidados internacionais, distribuídos em 21 módulos temáticos abrangendo avanços recentes em diagnóstico e tratamento do câncer. Por sinal, a cada ano, o congresso vem crescendo,  com o intuito de atender a demanda do público pelos temas. Este ano, o evento vai ocupar dois andares e terá nove salas com palestras simultâneas.

Entre os destaques internacionais estão nomes como o de Murray Brennan, reconhecido como um dos maiores cirurgiões oncológicos da história e pelas pesquisas que aprimoraram a compreensão biológica dos tumores. De 1985 a 2006, ele foi chefe do departamento de cirurgia do Memorial Sloan Kettering Cancer Center, em Nova York, Estados Unidos. Outro convidado é o diretor do Departamento de Oncologia do Hospital Santa Maria, em Lisboa, Luis Costa. Envolvido, principalmente, com estudos clínicos de cânceres de mama e metástases ósseas, Costa também vem desenvolvendo importantes pesquisas sobre o entendimento molecular das metástases. Finalmente, a palestra de encerramento será feita por Rodrigo Vianna, brasileiro radicado nos EUA e uma das maiores autoridades mundiais em transplante, abordando esta modalidade cirúrgica no tratamento de tumores.

Coordenador Científico do Congresso, Daniel Herchenhorn destaca o caráter multidisciplinar do evento. Em muitas das mesas, a abordagem do câncer não se resume apenas ao conhecimento de oncologistas, mas também inclui outras especialidades como cardiologistas, psicólogos e enfermeiros. “Somente com uma abordagem multidisciplinar é que podemos oferecer o melhor diagnóstico e tratamento ao paciente. Por isso, um dos nossos módulos é dedicado exclusivamente a mostrar como a integração entre diversas especialidades é fundamental no combate ao câncer”, explica Herchenhorn, destacando as três mesas que serão da Sessão Multidisciplinar, que acontecerão no segundo dia de evento.

Congresso recebeu mais de 5 mil inscrições na edição de 2018 e vem registrando aumento no número de participantes a cada ano
Congresso recebeu mais de 5 mil inscrições na edição de 2018 e vem registrando aumento no número de participantes a cada ano

Outra mesa que o coordenador realça é a “Combatendo Fake News no Mundo do Câncer”, que acontece no dia 9 e que terá entre os palestrantes a fundadora e presidente do Instituto Oncoguia, Luciana Holtz. Herchenhorn observa que diariamente os médicos precisam lidar com o desafio de mostrar ao paciente que muito do que eles leem na internet não é verdadeiro. “A internet facilitou o acesso á informação, mas muito do que está na rede é falso ou incompleto”, alerta.

Para Herchenhorn, a oncogenética é outro tema que deve atrair grande presença de congressistas. “A oncogenética está integrada a um dos pilares que deve caracterizar a medicina do futuro, que é o que chamamos de medicina personalizada”. Poder identificar e analisar as mutações gênicas diretamente associadas à incidência de câncer e, assim, prever o comportamento de uma enfermidade, estabelecer diagnósticos mais precisos, indicar tratamentos mais adequados e até mesmo determinar a probabilidade de uma doença se desenvolver são alguns dos aspectos a serem explorados nesse módulo. “A atriz Angelina Jolie é um exemplo das possibilidades desse ramo. A atriz realizou a mastectomia quando descobriu que tinha um gene que, quando mutado, aumenta significativamente o risco do câncer de mama”, relembra Herchenhorn.

Avanços tecnológicos

O avanço da ciência e da tecnologia é um dos principais fatores para a melhoria dos meios de diagnóstico e de tratamento do câncer. Nesse contexto, a cirurgia robótica vem alcançando um papel importante, por permitir uma maior precisão no procedimento, proporcionando, assim, mais segurança ao paciente. Por esses motivos, uma das novidades do Congresso neste ano será o Espaço Robótica, onde o congressista terá a oportunidade de ter contato direto com um simulador e ter a experiência de controlar um robô. Conheça a programação completa do VI Congresso Internacional Oncologia D´Or: http://congressooncologiador.com.br.

Oncologia D’Or realizará seminário gratuito sobre o futuro do tratamento do câncer de mama

A Oncologia D’Or preparou uma programação especial para o mês de conscientização sobre o câncer de mama. No dia 17 de outubro, será realizado um seminário no Auditório do Hospital Quinta D’Or, em São Cristóvão, na Zona Norte. Especialistas vão falar sobre o futuro do tratamento do câncer de mama no mundo e como a nutrição e a atividade física podem ajudar na prevenção da doença. O evento é gratuito e aberto ao público.

As palestras serão ministradas das 8h30 às 11h. As mesas redondas vão contar com a participação dos oncologistas Henry Najman e Jacques Bines; do mastologista Marconi Luna; da radio-oncologista Maria Feijó; da psicóloga Elena Lener; da nutricionista Cristiane Feldman; e do mestre em Ciência do Esporte, Bruno Viana.

O câncer de mama é o segundo tumor mais frequente no mundo e o que tem maior incidência nas mulheres.  Somente no Brasil, a estimativa é de 60 mil novos casos por ano. Mas quando diagnosticado precocemente, a chance de cura é de 95%. Mesmo com a realização da campanha Outubro Rosa no Brasil desde 2002, a falta de informação continua sendo um dos principais problemas para o combate à doença. Segundo o oncologista clínico e coordenador de oncologia mamária da Oncologia D’Or, Gilberto Amorim, o autoexame não é suficiente para o rastreamento do câncer. “A mamografia é o exame mais indicado para detectar precocemente a presença de nódulos nas mamas”, afirma Amorim. Na verdade, quando o autoexame consegue detectar o caroço significa que a doença já está em um estágio avançado.

A Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM) indica que, a partir dos 40 anos, toda mulher deve fazer a mamografia uma vez por ano. Além disso, é indispensável ter hábitos de vida saudáveis, que auxiliem na prevenção. Alimentação saudável, atividade física e controle do peso corporal podem ajudar a evitar 28% dos casos de câncer de mama. Consumo excessivo de álcool, uso de contraceptivos orais, excesso de peso, principalmente na pós-menopausa, e terapia de reposição hormonal aumentam o risco da doença.

Especialistas alertam para a importância da mamografia para a prevenção do câncer de mama

mitos

É inevitável falar sobre câncer de mama quando o que está em pauta é a saúde da mulher. A doença é uma das principais causas de morte entre mulheres no Brasil, tendo atingido mais de 57 mil brasileiras em 2017 – segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca).  Para combater o problema, o diagnóstico precoce da neoplasia é uma importante arma capaz de contribuir para a redução da mortalidade.

Esta é a proposta do Dia Nacional da Mamografia, comemorado no dia 5 de fevereiro. A data, instituída há cinco anos, tem como objetivo sensibilizar a população para a importância do exame, um dos métodos mais importantes quando se fala em detecção precoce do câncer de mama.

Gilberto Amorim, oncologista clínico e coordenador de cirurgia mamária do Grupo Oncologia D’Or, explica que a técnica pode aumentar as chances de cura da doença, chegando a 90%. “Quando a neoplasia é identificada precocemente, é possível fazer com que o tratamento de tumores com 1cm de diâmetro, por exemplo, diminua métodos mutiladores, como a mastectomia”, explica o especialista.

Ainda segundo Gilberto Amorim, o rápido diagnóstico também contribui para a redução do impacto econômico e social. “Quanto mais cedo a doença for descoberta, menor será o tempo de afastamento do paciente da sua vida social e profissional”, afirma.

Com os avanços da tecnologia, o exame também se aprimorou nos últimos anos, propiciando à paciente mais uma nova alternativa para a prévia detecção da doença: a tomossíntese. É o que afirma a coordenadora do Centro de Mama Quinta D’Or, Drª Ellyete Canella, especialista em Radiologia Mamária. “Na tomossíntese, a imagem da mama é adquirida em bloco e depois são recriadas imagens com um milímetro de espessura, permitindo detectar pequenas lesões escondidas na glândula, inclusive em seu estágio inicial (menores que 10 milímetros), e não palpáveis, impossíveis de serem identificados no autoexame”, diz.