Novas tecnologias reduzem número de sessões de radiologia 90%

Allisson Borges, coordenador do Departamento de Radioterapia do Hospital DF Star, em Brasília.

Da Redação

Durante o IX Congresso Internacional Oncologia D’Or, que acontece entre hoje (12) e amanhã na Barra da Tijuca, Rio de Janeiro, estão sendo debatidos os principais avanços e novidades em diagnóstico e tratamento de câncer, com a participação de profissionais de todo o mundo. No caso da radioterapia, as novas tecnologias aumentaram a precisão e tornaram mais célere o tratamento. “É o caso de equipamentos como o CyberKnife e o Gamma Knife, os quais a Rede D’Or utiliza em seus pacientes, trazem mais precisão e, principalmente, celeridade ao tratamento. Em casos de câncer de próstata, que antes duravam de 35 a 40 sessões, hoje podemos tratar em apenas 5”, destaca Allisson Borges, coordenador do Departamento de Radioterapia do Hospital DF Star, em Brasília.

Congresso Internacional Oncologia D’Or começou hoje no Rio de Janeiro
Evento contou com mais de oito mil inscrições e vai debater os avanços em diagnóstico e tratamento de câncer

Da Redação

Rodrigo Gavina, CEO dos Hospitais da Rede D’Or, durante abertura do IX Congresso Internacional Oncologia D’Or.

Começou nesta sexta-feira (12) a nona edição do Congresso Internacional Oncologia D’Or, evento que vai debater as últimas novidades e os temas mais atuais na oncologia e que contará com a participação de mais de 250 palestrantes, nacionais e internacionais. A edição alcançou a marca de oito mil inscritos entre médicos, acadêmicos e profissionais da área oncológica. Durante a cerimônia de abertura do congresso, Paulo Hoff, presidente da Oncologia D’Or, destacou o sucesso das inscrições. “Este número mostra a pujança da Rede D’Or ao atrair mais de oito mil participantes para um congresso de oncologia, algo que não costuma ser visto em eventos semelhantes”, afirma o médico.

Paulo M. Hoff , presidente da Oncologia D’Or e do congresso.

Paulo Hoff também aproveitou a abertura para divulgar o novo projeto da Oncologia D’Or com o IDOR (Instituto D’Or de Pesquisa e Ensino); se trata de uma plataforma de assistência integrada que pretende ser um novo paradigma para pesquisas clínicas. Presidente do IDOR, Fernanda Tovar-Moll ressaltou a importância das parcerias do instituto com a Oncologia D’Or e a Cardiologia D’Or no desenvolvimento de pesquisas novos projetos.

As contribuições da tecnologia e inovação para diagnósticos mais precisos e tratamentos mais eficazes estão entre os principais destaques do Congresso, que vai contar com mais de 50h de programação em quase 40 mesas ou módulos temáticos. Serão tratadas questões de tecnologias recentes, como o uso de testes biomoleculares e aplicação da biópsia líquida, que permitem identificar melhor o tumor e proporcionam uma terapia mais adequada. Também haverá espaço para falar sobre o uso de intervenções cirúrgicas, como a cirurgia bariátrica, que é uma alternativa na prevenção de cânceres de pâncreas, estômago, esôfago e colonrretal, e do uso da cannabis medicinal para tratamento da dor. Profissionais como George Netto, professor de Patologia e Medicina Laboratorial na Escola de Medicina de Perelman, na Pensilvânia, e Kevin Kalinsky, diretor do departamento de Hematologia e Oncologia da Escola de Medicina da Universidade de Emory, em Atlanta, são destaques internacionais da atual edição.

Ainda durante a cerimônia de abertura do evento, que ocorre no Centro de Convenções do Windsor Oceânico, na Barra da Tijuca, o CEO dos Hospitais da Rede D’Or, Rodrigo Gavina, salientou a relação do congresso com os valores do grupo hospitalar. “O Congresso Internacional Oncologia D’Or vai ao encontro dos valores da Rede D’Or, de gerar medicina de alto desempenho em ambiente adequado aos profissionais de saúde, pois permite aprender cada vez mais e compartilhar conhecimento em prol da sociedade”, finalizou.

Daniel Herchenhorn, oncologista clínico da Oncologia D’Or; Vinicius Rocha, CEO da Oncologia D’Or; Leandro Tavares, vice-presidente da Rede D’Or; Fernanda Tovar-Moll, presidente do IDOR; Paulo Hoff, presidente da Oncologia D’Or; e Rodrigo Gavina, CEO dos Hospitais da Rede D’Or.

Custo de tratamento de câncer sobe 400% em quatro anos
SUS aplicou R$ 4 bilhões em 2022 em procedimentos

Da Agência Brasil

Os gastos com tratamento de câncer no Sistema Único de Saúde (SUS) foram de R$ 4 bilhões em 2022, o que representou 3% dos recursos totais destinados à saúde no Brasil. Esse valor inclui os procedimentos ambulatoriais, internações e cirurgias. Na comparação com 2020, primeiro ano da pandemia da covid-19, houve crescimento de 14% nos investimentos feitos na área de oncologia. Os dados estão no estudo “Quanto custa o câncer?”, produto da parceria entre o Observatório de Oncologia, o Centro de Estudos Estratégicos da Fiocruz (CEE) e o Movimento Todos Juntos Contra o Câncer. 

Alta no custo

O estudo também mostra que, nos últimos quatro anos, aumentou em 400% o custo médio dos procedimentos de tratamento da doença, como a quimioterapia, radioterapia e imunoterapia. Um procedimento que em 2018 custava R$ 151,33, por exemplo, passou para R$ 758,93 em 2022. A alta é justificada, em parte, pelo diagnóstico tardio de alguns tipos de neoplasias, a incorporação de novos medicamentos e o impacto da pandemia de covid-19 no sistema de saúde.

Se os custos aumentaram, o número de procedimentos ambulatoriais diminuiu 74% em cinco anos: foram 15 milhões em 2022 e 4 milhões em 2018. Os cânceres de mama, próstata, pulmão, cólon e reto foram responsáveis por 54% do total de recursos usados para tratamento oncológico no SUS em 2022.

O Instituto Nacional do Câncer (INCA) calcula que cerca de 17% dos óbitos no Brasil ocorrem em decorrência de câncer, uma média anual de 200 mil mortes. A doença é a principal causa de morte em 606 municípios do país. A estimativa do INCA é que, entre 2023 e 2025, a média anual de pessoas acometidas pela doença será de 704 mil por ano.

Evento na Fiocruz

Esses e outros dados do estudo vão ser apresentados no 8º Fórum Big Data em Oncologia, evento a ser realizado no dia 13 de junho, na sede da Fiocruz, no Rio de Janeiro. A proposta é reunir especialistas para debater os custos do tratamento nos diferentes estágios do câncer, discutir a incorporação e o acesso a novos medicamentos, além de trazer reflexões sobre o investimento na atenção básica como forma de economizar recursos a longo prazo.

Um acordo de cooperação entre o INCA e a Fiocruz vai ser assinado na cerimônia de abertura do evento. A ideia é que as duas instituições trabalhem em tópicos de interesse comum.

Outro destaque da programação é o lançamento da 2ª edição do Prêmio Internacional Fiocruz/Servier. Ele é voltado para a promoção de pesquisas que desenvolvam terapias inovadoras para os pacientes com câncer. Três vencedores dividirão o valor de 150 mil euros (cerca de R$ 840 mil), que devem ser usados ao longo de dois anos. O processo de seleção vai ter a participação da Sociedade Brasileira de Oncologia (SBOC) e do INCA.

Planos são obrigados a oferecer dois novos tratamentos contra câncer
Decisão da ANS é para câncer de ovário e de próstata metástico

Da Agência Brasil

Os planos de saúde terão que garantir a cobertura de dois novos tratamentos contra o câncer no país. A decisão foi tomada pela Diretoria Colegiada da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), em reunião no dia 2 de maio deste ano. A resolução foi publicada no Diário Oficial da União uma semana depois.

A atualização da lista de coberturas obrigatórias, a segunda realizada neste ano, determina a cobertura, pelos planos, de um tratamento contra o câncer de ovário (olaparibe em combinação com bevacizumabe) e contra o câncer de próstata metastático (darolutamida em combinação com docetaxel).

A resolução da ANS também prevê cobertura para o teste genérico de deficiência de recombinação homóloga, usado para diagnosticar as pacientes elegíveis ao tratamento com a associação olaparibe e bevacizumabe.

Em fevereiro deste ano, a ANS já havia determinado a incorporação de quatro tratamentos ao rol de procedimentos obrigatórios: onasemnogeno abeparvoveque (para bebês com atrofia muscular espinhal), dupilumabe (para adultos com dermatite atópica grave), zanubrutinibe (para adultos com linfoma de células do manto) e romosozumabe (para mulheres idosas com osteoporose na pós-menopausa).